Cobertura: Erasmo Carlos entre novas e antigas canções no Recife

Nem parece que Erasmo Carlos já tem 71 anos. Ele é abusado, usa calça jeans apertada e faz quase duas horas de show, ainda por cima gripado, sem perder o pique. Quem foi para o Baile Perfumado na noite deste sábado, viu que o Tremendão continua em ótima forma.
Para um fã que pedia “rock’n’roll!”, Erasmo ofereceu sua gripe. Reclamou que ninguém prestou atenção nas suas músicas ecológicas na década de 70 porque ele e Roberto Carlos cantavam em português (reclamação que também consta no DVD 50 anos de estrada e de quase todos os shows desta turnê).
Defendeu letras que falem de sexo, que, para ele, é a porta de entrada para o amor. Disse que a recusa do Los Hermanos de cantar Ana Júlia deixa o público triste. Com ele, a história é bem diferente. “Eu quero ver vocês felizes”, disse.

A abertura foi com Kamasutra, a explícita canção que assinou com Arnaldo Antunes para o disco Sexo. Das músicas mais recentes, teve também Amorticídio, Jogo Sujo e Cover, esta já no bis, quando Robson Carlos, um sósia de Roberto Carlos, aparece no palco e distribui rosas vermelhas para a plateia.

O show é mais ou menos dividido em blocos. O da Jovem Guarda é o mais roqueiro com Quero que tudo vá para o inferno, Vem quente que eu estou fervendo, Minha fama de mau, É proibido fumar. Ao longo do show, aparecem também outras músicas do período, como Gatinha manhosa, É preciso saber viver, Sentado à beira do caminho.

No momento “música de motel”, Erasmo é acompanhado apenas do pianista e maestro José Lourenço e canta pequenos trechos de canções românticas dos anos 70/80, boa parte delas mais conhecidas na voz de Roberto Carlos.

O parceiro foi lembrado outra uma vez quando Erasmo cantou Mais um na multidão, trilha da novela Salve Jorge, que ele gravou com Marisa Monte. “Torço para Érica ficar com o Théo, porque toca minha música quando ele estão juntos. Quando apareceu a Morena, aí veio Roberto Carlos com Esse cara sou eu!”, disse, em tom de brincadeira.
Público – A configuração da plateia do Baile Perfumado foi diferente no show de Erasmo. As mesas foram colocados na área em frente ao palco, enquanto quem comprou ingresso para a pista ficou atrás. O público foi bem diverso: muitos filhos acompanhados dos pais, grupos de jovens, casais, famílias.
O espaço ficou longe de estar cheio, principalmente na pista. A produção do show não divulgou o público total porque ainda não tinha esse dado – a bilheteria não foi informatizada.
Publicado em 5 de maio de 2013 por Carolina Santos
Diário de Pernambuco